quarta-feira, 7 de julho de 2010

Que sirva pra mim.


E eu sinceramente acho um saco ficar triste, pra baixo, me sentindo tão inútil e chata quando uma mosca. Odeio moscas. Mas, todo esse sentimento de merda, com o perdão da palavra, é inevitável, vem sem eu pensar, sem eu permitir que ele venha e tome conta de mim. Quando me dou por conta, já estou aqui, toda frustrada, deprimida e impertinente comigo mesma. Que maravilha.

Eu não sei até que ponto eu deveria me permitir a isso. E se deveria. Talvez sim, para que eu consiga aprender a mais uma vez não esperar tanto das pessoas, dos amigos, dos amores. Só da família. Nessa sim a gente pode se agarrar com nossa maior quantidade de força. Como um pilar de uma ponte, sobre uma violenta correnteza.

Cada pessoa tem a sua vida. Pra que se preocupar com os outros? Esse sentimento medíocre de pessoas medíocres é que acaba comigo. Com minha alegria e compaixão. Me vejo, a cada dia que passa, ficando mais fria, distante e descrente de que o amor (estou dizendo amor, e não paixão) ainda possa habitar dois corações reciprocamente. Ao menos para mim. Acho que não fui feita para isso.

Estou farta de dar conselhos, de dar conforto e palavras de compreensão para os outros nos seus momentos de choramingos. Eu preciso disso, eu estou no meu momento de choramingo, de carência afetiva. E, o que eu encontro? Nada. Ninguém.

E, eu penso que poderia ser diferente. Será que poderia? Não, eu realmente acho que não. O problema não sou eu. Nunca foi. Eu só tento viver de acordo com as minhas próprias diretrizes, e, se você não entende isso, sinto muito, e sinto mesmo, você não serve pra mim, nunca serviu, e provavelmente nunca servirá.

Sempre vai faltar alguma coisa. Confiança. Seja de um lado, seja de outro. Dessa vez é do meu lado. Depositei em ti cada centímetro e grama do meu pedaço de coração ainda intacto, me dando uma chance, como você mesmo disse. Que grande ironia. E o que aconteceu? O que você fez? Enrolou-me, até o último momento de paciência, e, no auge da minha fúria veio com uma resposta tão descabida, tão inútil, tão infantil, que num primeiro momento, a minha vontade era ir ao teu encontro e meter um belo e grande tapa nesse seu lindo rosto.Graças a Deus, a voz da consciência me chamou, e eu, com a frieza adquirida em alguns minutos de reflexão, deixei passar.

Cheguei mais uma vez a conclusão: Hoje você não serve mais pra mim. Acho que até deveria “agradecer” por quebrar esse único e último pedaço intacto de coração que havia sido reservado com exclusividade pra ti. Mas saiba, minha alma está a salvo.

E quanto ao meu coração, ele foi criado para se reconstituir, se regenerar e só existe uma pessoa capaz de fazê-lo parar. Essa pessoa sou eu, e ainda não estou pronta para deixá-lo sem vida. Estou dando asas a ele, para tornar-se livre, para que encontre um novo amor. Um amor que sirva pra mim.

Um novo amor que se encaixe em mim, como o sapato no pé da gata borralheira.